O crescimento exponencial com foco em solução e tecnologia fez a participação das startups dobrar no mercado em menos de uma década.
O comportamento das empresas e a nova maneira de se relacionar passa pelo novo modelo de colaboração com fornecedores e startups. No momento da contratação ou decisão de se relacionar com uma startup é importante rever conceitos, como: governança, cultura e mindset, MVP, POC, Agile e outros novos métodos de trabalho, transversalidade, novas tecnologias, orçamento e aspectos que serão avaliados de acordo com a transformação ou resultado que se pretende com essa parceria.
São muitos os desafios para que grandes corporações consigam acompanhar as transformações do mercado. Inovação e tecnologia com foco em solução e resultado é o motivo pelo qual o relacionamento com as startups se apresenta como solução.
Conhecer a dor para trabalhar um método eficaz, assumir riscos e mudar a cultura do mindset são três premissas básicas.
Diferente dos fornecedores, as startups não possuem infraestrutura para atender todas as exigências burocráticas que o mercado exige. Essa flexibilização é fundamental para se estabelecer uma parceria.
Desburocratizar e flexibilizar faz parte desse relacionamento. Para as startups, por exemplo, não há “business plan” e, falhar não é uma opção. Caso aconteça, aprender rápido com o erro e corrigir mais rápido ainda é a lógica pautada em colaboração e simbiose da equipe.
Com metodologias mais ágeis, as startups não se apegam ao core como as grandes corporações. Outra grande diferença é que as empresas fazem fechamento anual e as startups focam na perpetuidade do amanhã.
Evolução e Processos
Considerando a cronologia da interação e as mudanças diante das inovações, vale lembrar que a tecnologia também teve um processo de aprendizado e evolução na era da revolução industrial, por exemplo.
Para inovar é preciso entender os processos e assumir riscos. Tentar pensar como uma startup pode ser uma saída para ajudar na mudança de mindset.
Entender onde a empresa está deixando de ganhar, traz a percepção de como as oportunidades estão sendo preenchidas pelas startups e por isso o crescimento tão impactante delas no mercado.
As transformações e inovações ocorreram quando as empresas demoram para ver os fatores externos. Um bom exemplo para isso foram as grandes redes de locadora de filmes que demoraram para perceber a chegada das novas tecnologias de transmissão via streaming. Ou ainda empresas de fotografia que perderam o ‘time’ para encontrar uma solução que garantisse competitividade no mercado, com a chegada da foto digital. Aqui podemos citar a Blockbuster e a Kodak respectivamente.
Uma das evoluções nos processos é foco das startups na experiência do usuário! Essa é a primeira mudança de mindset que precisa ocorrer.
Aprendizados e Ciclos
A infraestrutura dos ecossistemas digitais é mutante, assim como as relações humanas. Podemos considerar que a transformação digital vem acontecendo há mais de um século. Desde a criação da impressora a tecnologia caminhou rapidamente dando saltos na história.
Acompanhar a velocidade com que as coisas acontecem são ciclos de aprendizados em que cabe o erro, mas corrigi-lo exige agilidade. No mercado da era pós digital passamos do telescópio ao monitoramento via satélite, do motor a vapor aos carros híbridos, da enciclopédia aos sites de busca, do fio à tecnologia bluetooth e a conexão Wi-fi. Essa lista só cresce.
Os computadores, as tecnologias, os sistemas e softwares promovem cada vez mais interação e se manter no ‘time’ dessas criações tecnológicas faz parte destes novos processos e modelos de relacionamento.
A transformação digital vem em um ciclo constante de aprendizado, gerando valor, revolucionando as plataformas de negócios, dos mais variados, pautado nas experiências que consolidam os relacionamentos com os clientes.
As iniciativas de relacionamento com startups é uma saída para encontrar resultado e desenvolver soluções por meio das novas tecnologias. O relacionamento com fornecedores também tende a mudar. Vale ressaltar, em especial para os profissionais do setor de procurement que integrar a relação entre startup e fornecedor faz parte deste novo ciclo de aprendizado.
Conexões e Investimentos
Os investimentos das startups estão pautados exatamente nas conexões. Por se tratar de empresas com soluções inovadoras que precisam de aporte financeiro, apostam o que tem na inovação focada.
Depois de consolidadas as startups influenciam e se tornam até mesmo referência nos seus mercados específicos. O foco é o grande diferencial. Enquanto as corporações se apegam ao core, as startups focam na solução. Com aumento da visibilidade se destacam no mercado, agregam valor e fortalecem parcerias com grandes empresas.
Identificar o valor de uma startup e o que vai agregar para sua empresa vai depender da maturidade da solução e tecnologia que a startup tem para apresentar bem como a viabilidade de concretizar o projeto, a ideia, a solução.
Antes de fechar uma parceria com uma startup é preciso avaliar a MVP – Mínima Viabilidade do Produto. A aplicabilidade do protótipo também é um ponto a se observar. A partir daí será avaliado o interesse em investir.
São muitas as razões que se identificam como positivas no relacionamento com as startups. Desde otimização dos custos à desburocratização de processos e tantas outras. Mas o grande divisor de águas para os negócios é a possibilidade real e prática de alcançar a inovação com maior segurança assertiva, no menor tempo e ter com isso maior participação de mercado e controle dos negócios.
Alguns pontos a serem observados para iniciar essa conexão que pode encurtar o caminho de maneira segura são:
- Ter consciente a adaptação ao novo mindset.
- Saber a linguagem e entender o contexto
- Baixar a expectativa e conhecer muito bem as métricas e objetivos do que se pretende com essa parceria.
- Desburocratizar e estabelecer um ritmo saudável e consistente.
- Manter o envolvimento e o comprometimento do C-Level da empresa. (Do contrário pode haver ruído na comunicação no decorrer do processo e atrapalhar o resultado).
- Ter a parceria com a startup como uma estratégia e não única fonte de inovação. Afinal as limitações existem.
A mudança cíclica do século 20 segue uma lógica de melhoria continua de eficiência. Já a transformação do século 21 é rápida, com característica exponencial, que muda paradigmas; o que permite saltos do ponto de vista da tecnologia e inovação.
Os objetivos de se firmar uma parceria com uma startup, como qualquer ação corporativa, deve ser estratégica. A jornada da startup normalmente segue 4 etapas: ideação, validação, crescimento e escala. Na fase de crescimento é quando a ideia está validada com um protótipo testado; precisando então do aporte, ou seja, investidores profissionais. Na escala, a startup já está em fase de desenvolvimento de processos para iniciar um crescimento exponencial como empresa e se consolidar no mercado. Um bom momento para firmar a parceria.
Cases de Sucesso
Uma empresa grande e antiga costuma ter dificuldade de implantar conceitos inovadores. A mudança do mindset é primordial. No mercado financeiro, por exemplo, o Nubank é um grande case de inovação que ganha mercado a passos largos. Fundado em 2013, em 5 anos foi apontado como uma das maiores empresas do mundo no seu segmento.
Na busca por soluções inovadoras os bancos se juntam as startups para expandir os negócios e identificam possíveis soluções de M&A.
Para ganhar espaço no mercado do agronegócio, por exemplo, o Banco do Brasil tem investido nesse relacionamento com startups especificas deste nicho, com know-how do segmento e foco em apresentar soluções direcionadas. Essa relação se dá em uma via de mão dupla.
Considerando o conceito de inovação disruptiva citamos outros cases que ilustram bem essas transformações. Apple, Amazon, Facebook, Google, Estácio, Natura, BASF, são alguns deles.