Fornecedores

Como podemos monitorar melhor nossos fornecedores estratégicos?

Na Pesquisa que a Level realizou no final do mês de abril com mais de 3 mil empresas, sendo cerca de 80% de prestadores de serviço de pequeno porte, uma das estratégias informadas como recurso para evitar ruptura de fornecimento, é monitorar semanalmente os seus fornecedores estratégicos.

Ora, é importante identificar quais são os fornecedores estratégicos e o que monitorar. Como os respondentes tem o papel de fornecedores para empresas de grande porte, a ideia deste artigo é fornecer subsídios para orientá-los nesta iniciativa.

Um primeiro passo é a classificação dos fornecedores, uma boa prática para definir a importância e complexidade do fornecedor dentro da empresa é a aplicação da matriz estratégica de compras (Kraljic).

Classificação dos Fornecedores:

Divisão por Categorias:

  • Definição das Categorias de compras.
  • Segregação dos fornecedores por categoria.
  • Estabelecer grupo de categorias e seus respectivos fornecedores.

Critérios:

  1. Importância da Compra: Avaliar custo dos materiais ou serviços/custos totais, perfil de valor agregado, perfil de lucratividade, dentre outros.
  2. Complexidade no Mercado de Suprimentos: Avaliar monopólio, oligopólio, ritmo de avanços tecnológicos, barreiras de entrada, custo logístico, dentre outros.

Classificação:

  1. Itens Estratégicos (gestão de Suprimentos): Alto nível de importância e complexidade sendo o quadrante do qual se faz necessário uma maior atenção e definição de estratégias. Suas principais características são: Disponibilidade no longo prazo, fornecedores globais, itens e serviços escasso com alto valor e tomada de decisão centralizada.
  2. Itens de Alavancagem (Gestão de Materiais): Alto nível de importância, porém com baixa complexidade. Suas principais características são: Gestão do fluxo de materiais e serviços, acompanhamento de custo/preço, múltiplos fornecedores locais, acompanhamento de médio prazo e tomadas de decisão descentralizadas (visão regional).
  3. Itens de Gargalo (Gestão de Sourcing): Baixa importância, mas com alto nível de complexidade de mercado. Suas principais características são: Gestão de custo, acompanhamento de curto prazo, alto impacto em inovação e novas tecnologias, compras com necessidade de disponibilidade e flexibilidade e decisões descentralizadas, porém com gestão centralizada.
  4. Itens não críticos (Gestão de Compras): Baixa importância e complexidade. Suas principais características são: Eficiência funcional, fornecedores locais, compras spot, abundancia de alternativas de fornecimento e decisão descentralizada.

Com este mapeamento é possível identificar aqueles fornecedores que se enquadram em critérios estabelecidos pela empresa para esta definição e uma melhor visão do formato de gestão de seus fornecedores e levantamento daqueles mais críticos que devem ter um acompanhamento mais preciso e com menor periodicidade.

Feita esta seleção, devemos validar quais são as informações que necessitamos ter com mais frequência destes fornecedores. Como o objetivo é evitar surpresas com problemas graves financeiros do prestador de serviço e eventual falta de abastecimento, o foco deve ser a saúde da empresa. Além disso, com a velocidade dos impactos gerados pela Pandemia, a periodicidade deve ser semanal ou mensal, conforme os indicadores que tiver acesso sobre o risco destes fornecedores.

Para este acompanhamento um primeiro passo é definir as perspectivas a serem avaliadas.

  • Financeira
  • Produção e Logística
  • Mercado (cadeia de fornecimento)
  • Fiscal

Tendo esta definição, podemos detalhar quais informações serão levantadas e acompanhadas, tais como:

  • Atraso de pagamentos
  • Perda de contratos de venda
  • Ações e dividas
  • Inadimplência dos sócios

Por último é importante ponderar as avaliações realizadas com peso de importância e estabelecer o nível de risco de cada fornecedor. Para esta avaliação podemos gerar uma matriz de risco e um consolidado para comparação entre os fornecedores de uma mesma categoria.

Com este acompanhamento mais próximo dos fornecedores, a empresa poderá mitigar riscos e gerar planos de ação com seus fornecedores para assegurar o bom funcionamento da cadeia de fornecimento.

Assinam este conteúdo – Walter Freitas e Guilherme de Viveiros – compromissados com os princípios do Fair Trade.