Produtividade nas Empresas

Home Office: Como a pandemia afeta a produtividade nas empresas?

Com a pandemia do coronavírus a necessidade do formato home office se tornou uma realidade integral para muitas empresas. Com isso vem surgindo também algumas questões que antes não se percebia com tanta nitidez, até mesmo pelas empresas que já atuavam no formato home office em dias intercalados: a produtividade nas empresas.

Quando se fala em produtividade logo associa-se a resultado e entrega. Por isso buscamos entender como grandes empresas estão se posicionando quanto a isso e como os profissionais e gestores estão mantendo sua produtividade, para garantir bons resultados, neste cenário de crise global.

Atualmente além das questões técnicas, os profissionais precisam mostrar seus atributos e características que os tornam aptos a conseguir manter sua produtividade em um formato de trabalho home office. Segundo João Carlos Barreto, Diretor de Compras, Facilities & Segurança Corporativa, “O normal é que pessoas que tem foco e concentração no trabalho consigam trabalhar bem remotamente e com boa produtividade. Ocorrem casos onde a produtividade é até maior. Porém nem todos são assim e neste momento de quarentena forçada, temos que acompanhar de perto o time para suportar os que tem mais dificuldade a também se adaptar ao trabalho remoto. Após criada a rotina de trabalho à distância, as coisas começam a ficar automáticas e parecem normais.”

Produtividade nas Empresas – Parâmetros e Tecnologias

Na atual situação em que o mundo vive, gestores de grandes empresas seguem na busca por estabelecer parâmetros para medir a produtividade dos colaboradores diante do formato de trabalho home office. Em tempos de pandemia e isolamento físico é preciso levar alguns fatores em consideração, como por exemplo o entendimento de que carga horária e “cartão de ponto” não devem se sobrepor à entrega. Muitas vezes a pessoa em home office trabalha mais, por ter outros compromissos, como filhos e casa e, apesar de não cumprir a carga horária, fazem as entregas com qualidade.

Para Barreto, hoje os principais pontos de medida de produtividade são as entregas das atividades e os KPIs que temos nas áreas. Há necessidade de comunicação efetiva e contínua com o time para alinhamento do que é esperado e para quando. É uma questão de proximidade e suporte para conseguir acompanhar os resultados.”

Além da comunicação efetiva e direta com a equipe, vale destacar que as tecnologias disponíveis no mercado hoje podem ajudar os gestores a medir a produtividade dos times. Como bem colocado pelo diretor João Carlos, em entrevista exclusiva para a Level Group, “há ferramentas de workflow de onde conseguimos tirar as informações e KPIs de andamento das atividades. Quem já trabalha com uma destas ferramentas se beneficia disso.” Enquanto gestor, o diretor afirma que, para manter sua produtividade tem se mantido o mais próximo possível das necessidades da empresa, além de ter criado uma rotina para garantir que está focando sempre no que é necessário.

Home Office e o Futuro do Trabalho

O cenário atual é desafiador, porém é possível encontrar o equilíbrio entre os impactos positivos e negativos que o home office forçado trouxe para o ambiente de trabalho. Especificamente nesse momento de pandemia o impacto positivo é que muitas empresas perceberam que conseguem manter sua produtividade mesmo com as pessoas trabalhando remotamente. Ampliando isso para uma visão macro, como bem colocou o diretor João Carlos, “isto tem um grande impacto nas cidades e no meio ambiente pois não tendo tantos carros e gente na rua todos os dias a poluição diminuiu bem (foi muito sentido em São Paulo).”

Um dos pontos negativos apontado pelo gestor é o provável impacto imobiliário, no setor comercial, que pode haver quando tudo isso passar, quando algumas empresas perceberem que não precisam de toda a estrutura física que tem hoje.

Quanto ao futuro do trabalho não é difícil prever que o home office, mesmo que só para um ou dois dias, tende a permanecer. O evento Welcome Tomorrow vem tratando do tema que envolve grandes transformações no futuro do trabalho e, algumas estão acontecendo em virtude de uma força maior, conhecida por coronavírus.

“A transformação digital ganhou uma força muito grande devido à necessidade do momento. Muitas empresas tiveram que fazer algo que estavam pensando há anos e planejando para ser feitos em mais outros anos em apenas alguns dias. Dar condição para que os trabalhadores conseguissem fazer suas tarefas remotamente. E agora acredito que muitas atividades passarão a ser feitas apenas a distância. Os consumidores que só compravam nas lojas ou consumiam em restaurantes, se viram obrigados a consumir remotamente. E os comerciantes e donos de restaurantes tiveram que se adaptar rapidamente para atender à esta necessidade. Este caminho já havia iniciado, mas esta pandemia acelerou muito tudo isso. As pessoas terão de se adaptar ao novo modelo.” – concluiu Barreto.

Quarentena – Lockdown ou Intermitente?

Com o objetivo de buscar soluções para minimizar o impacto econômico, alguns setores poderiam adotar, por exemplo, a quarentena intermitente ou buscar outras possibilidades que mantivessem a produtividade nas empresas com alternativas que garantissem o cuidado com a saúde de todos.

Com relação a este tema, diante da sua expertise como gestor, Barreto faz a seguinte reflexão: “Entendo que temos setores que são críticos e necessários para toda a população e não devem parar (saúde e alimentação). O ponto que pode impactar mais neste item para os demais setores seriam impactos econômicos. Neste caso é difícil ver como tratar. Para indústria acho que é viável tentar algo como quarentena intermitente. Outros como serviços e comercio é um pouco mais complicado isso. Já vimos casos em alguns estados onde foi relaxada a quarentena, mas não resolveu o problema econômico. Não adianta abrir lojas ou Shopping Centers se as pessoas estão com medo de ir até eles. As vezes o custo de manter aberto é até maior do que ficar fechado.”