A transformação digital é algo que vem sendo falado pelos futuristas, ou seja, pessoas que fazem análise de cenários de mercado, etc, há um certo tempo. É inegável dizer que a situação pandêmica acelerou a necessidade de implantar a transformação digital nas empresas. De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, o uso de tecnologias digitais geram uma economia de até 70% na área de compras.
Nesse contexto, de maneira geral, a tecnologia virou praticamente o negócio de todas as empresas. Ou seja, o core a partir de agora é tecnologia. E isso está diretamente relacionado à transformação digital.
Considerando esta visão, consequentemente as relações mudaram e é preciso se adaptar. Segundo Alexandro Barsi, CEO na Verety, a principal mudança que ocorreu no universo de tecnologia que mais impactou a relação entre compradores e empresas, foi a virada de chave de clientes que se tornaram concorrentes. E mais, diante do aumento da demanda, essa concorrência tem se tornado parceria para conseguir competir com as big techs.
“Hoje a tecnologia virou algo muito importante. Eu diria, fundamental para tracionar e potencializar o crescimento das empresas.”, comentou o CEO.
Muitas mudanças, quando se trata de serviço de desenvolvimento, que antes era engessado em dinâmicas lineares com começo, meio e fim, atualmente se tornaram projetos cada vez mais abertos, por meio da metodologia Agil e outras práticas.
No contexto de análise nos processos de compra, Rodrigo Andrade – Inovation and artificial inteligence lead na FNC IT SOLUTIONS, destaca a mudança na relação para além da tecnologia, fazendo um contraponto com a mesma, conceituando a transformação digital.
“A mudança está em qualquer mercado. A compra de serviços é uma tendência. Por exemplo, hoje é cada vez mais comum a pessoa ao invés de comprar um carro, querer alugar um. Acontece a mesma coisa no setor de tecnologia. Quem está na área de compras a um pouco mais de tempo sabe que antes era muito mais comum a compra de infraestrutura física. Ou seja, comprar servidores, storage, tudo que envolve um datacenter, climatização, noBreak, etc… Hoje, tanto no ambiente corporativo como pessoas físicas, a compra por espaço e serviço na nuvem é uma realidade cada vez mais latente.”
O impacto da tecnologia e da transformação digital na vida cotidiana vem em uma onda crescente, como bem lembrou Fábio Furlan – Consultor Sênior de estratégia de TI e Digital, na Level Group.
O crescimento das redes sociais e das mídias digitais, a mobilidade e a adaptação das novas tecnologias junto à transformação digital, alterou demais as relações em um contexto geral, inclusive nos processos de compras. Continue a leitura para aprofundar um pouco mais.
Adaptação do profissional de compras as novas tecnologia e transformação digital
Para agregar mais valor nas contratações, fazer uma boa negociação e ser eficiente, é preciso estar atento às diferentes skills. Então, se manter atualizado é a principal dica para não ficar para atrás. O profissional de compras precisa estar em linha com todas as mudanças que tendem a provocar novas demandas.
Além de conhecer as diferentes skills e estar atualizado, é preciso estreitar a relação entre a área demandante e o comprador. Um projeto de alocação de recursos, por exemplo, onde a princípio o negócio é puramente alocação, e o comprador chega para assinar o contrato e apresenta um escopo fechado em que o comprador não conhece esse escopo, interfere completamente na negociação.
Garimpar as informações e facilitar o processo de transição, é algo que agrega valor ao profissional de compras. Esse profissional não será substituído pela inteligência artificial. A tendência é que se invertam os papéis. Em outras palavras, a inteligência artificial faz cada vez mais o papel operacional, e o profissional de compras passa a ter um lugar mais estratégico, de negociação, relacionamento interpessoal, que gera valor. A gestão da informação tem papel fundamental no TCO. Veja mais adiante essa relação.
Inovação é a bola da vez
Sair do modelo hardware on premise para o modelo Cloud, por vezes é um desafio devido ao fator humano. Há quem pense que “colocar o servidor embaixo do braço e levar pra onde quiser” é mais seguro do que o modelo Cloud. Mas na realidade não é nem mais seguro, nem tem o menor custo.
Os custos operacionais e de infraestrutura para se manter no on primese é muito maior no longo prazo. Por isso, este modelo está convergindo cada vez mais para o Cloud. Além disso, os ganhos em: segurança, rapidez, capacidade de armazenamento de dados, mobilidade, entre outros, são também incomparáveis.
No momento da pandemia que todas as empresas precisaram mudar, quem estava no modelo Cloud ficou anos luz à frente de quem precisou se adaptar rapidamente. Então, este é um modelo para negociar com as empresas e o TCO mostra um bom resultado a médio prazo.
As facilidades que a nuvem traz podem ser muito maiores do que simplesmente um modelo de contratação. Para isso, é fundamental colocar na planilha tudo o que a envolve. Todos os custos e variáveis devem ser considerados na hora da decisão. Sendo assim, é preciso ter uma base de dados confiável com todos os elementos de compras e fazer contas para sair um TCO bem feito. Ou seja, na hora de montar o TCO, realmente precisa que as informações estejam mapeadas.
TCO e Outras Análises
Considerando todas as mudanças nos contratos e alterações nos modelos de compra de produto para compra de serviço, para realizar uma boa análise de TCO, a dica para negociações baseada em fatos, números e dados é: comece pela transformação digital. Tudo está conectado.
Assim como o fornecedor não é mais apenas um tirador de pedido ou um profissional que está buscando um saving para reduzir o custo, os profissionais da área de compras têm se tornado cada vez mais estratégicos. E, a gama de informações e de conhecimentos que um comprador precisa ter, é cada vez mais complexa, profunda e integrada aos resultados da empresa.
O primeiro olhar que o profissional de compras deve ter quando está realizando um TCO é: o que ele está comparando. Fabio Furlan destaca que atualmente o que tem acontecido é que os compradores têm se deparado com modelos muito diferentes.
“Você tinha um modelo de aquisição ‘A’ que trabalhava com compra e você tá indo muitas vezes para um modelo de aquisição ‘B’, que trabalha como contratação de serviço. Ou, muitas vezes, que trabalha com um modelo de terceirização, que é híbrido. Então, você precisa ter a capacidade de entender, dentro do seu negócio, quais são as variáveis que vão sendo alteradas e que você precisa considerar na análise de TCO quando você estiver saindo de uma determinada realidade e indo para outra.”, exemplificou o consultor de estratégia em TI.
Outro exemplo prático é a compra no varejo de notebook e celulares para funcionários. Em função disso é preciso gerenciar a quebra dos equipamentos, situação altamente passível de acontecer. E, quando acontece, toma tempo para gerenciar toda essa estrutura que precisa existir para os clientes internos.
Para resolver, uma saída pode ser transformar isso em um serviço de gestão, como aconteceu no segmento de telefonia móvel. Mas atenção, é preciso sempre avaliar as variáveis. Antes havia o custo da compra dos equipamentos e agora há o contrato de gestão. Muitas vezes o desafio é identificar corretamente as variáveis, ter a informação correta e aplicar as melhores práticas.
Por fim, diante do impacto das tecnologias e da transformação digital na relação com fornecedores, os compradores têm alguns obstáculos.
As mudanças do mercado e de consumo, bem como a velocidade no avanço da tecnologia e a dinâmica interna das empresas dentro do ambiente tecnológico corporativo, são alguns deles.
Para entender um pouco mais sobre TCO, adaptabilidade do setor de compras às novas tecnologias ou por onde começar sua transformação digital, entre em contato com nossos especialistas.